sábado, 6 de agosto de 2011

Existência


Mestre e seu discípulo sentados a beira do telhado

Discípulo: Sobre o que falaremos?

Mestre: Existência, o que pensa sobre a nossa existência?

Discípulo: Penso que somos animais que desejamos cada dia mais, e todos os dias nos desapontamos por não obter tudo que desejamos porque nossos desejos são ilimitados.

Mestre: Somos os únicos animais que sofremos de depressão casada por nós mesmos.

Discípulo: Nos deprimimos por não ter algum bem tecnológico o alguma outra coisa matéria que o outro tem, quando na verdade na essência de nossa existência não havia nada.

Mestre: Nosso espírito em sua matrix não possuía qualquer lamento ou vicio, e aos poucos tudo que nos envolve o corrompe.

Discípulo: É possível evitar esse dano? E termos uma existência sem lamentos, magoas e tristezas?

Mestre: Não podemos viver como baleias que apenas nadam, e saltam, e acredita em um oceano todo para elas. Talvez um isolamento como fazemos seja uma solução, mas muito difícil de seguir depois que provamos da droga capitalista.

Discípulo: Primeira vez que escuto essa palavra sem um tom político, ela suou como a maçã do jardim do Éden.

Mestre: Que originou o desejo e corrompeu a nossa existência.

Discípulo: Então, o senhor não ver uma solução para a depressão e o amargo da existência humana?

Mestre: Não, porque é de nossa natureza sermos assim, não somos mamíferos, possuímos características que nos distingue desse grupo. Nós desejamos e o desejo nos enquadrada em uma espécie diferente. Nenhum outro animal deseja tanto o tempo todo e tantas coisas, o desejo é nossa existência.

Discípulo: E depois? A existência não se resume apenas no plano carnal... O que vem depois?

Mestre: Infelizmente não sei responder, isso vai variar da crença que você desejou escolher enquanto vive. Mas posso lhe dizer que você não sofre em sua existência por essas crenças ou pelo que vem depois o sofrimento é presente e passado não futuro, não podemos sofrer com algo que não aconteceu, mesmo desenganado porque a cada segundo algo mudo no mudo, 1 bit que caia quando corre pela rede, ou um espirro em uma condução pode mudar todo o futuro. O nosso principal sofrimento e com esse temos o direito de nos preocupar, é com o passado que embora devemos entender que não tem como mudá-lo, sabemos que escolhas erradas ainda machucam nossa existência, e principalmente devemos nos preocupar com o hoje, pois esse ainda pode ser mudado, está fresco, em plena construção, como decidir ou não atravessar uma rua, ou comprar uma maçã ou uma pêra. Ele está vivo, e nele você existe e nele você deve tentar acreditar todos os dias que desejar demais pode ser o maior amargo de sua alma.

Discípulo: Concordo. Vamos descer, o sol já se pôs, e senti fome.

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