quinta-feira, 2 de julho de 2009
De olhos fechados
Tudo fica abstrato
Abro e continua distorcido
Vejo ciscos que caem
E beijos se vão
Mensagens que demoram a chegar
Permaneço de olhos bem fechados
Trancados com senha óptica
Quase dormindo ao gosto da maçã
Se abrem sozinhos quando querem
Não é tão fácil assim morrer
Ficam pequenos e fixados no horizonte
Hoje cinzento, e chuvoso
Forço os lábios e trinco os dentes
E inevitavelmente como uma tempestade
Ela escorre rosto a fora, de forma sublime
Lavando minha bochecha, e contornando meu queixo
Cai ao chão como um míssil soviético
Os olhos se fecham de novo
Não é tão fácil morrer
E fechados vejo o doce da vida
Tudo passa como um flash
Mas em câmera lenta,
Ao som de sweet emotion
Não é tão fácil morrer
De olhos bem fechados bem apertados
Forço a mente a viajar, mas os mares são profundos
E os moinhos de vento ficam na Holanda
As vezes consigo sair daqui de olhos fechados
Sonhar de olhos fechados, estando acordado
Não é tão fácil assim
Talvez mais difícil que morrer
Mas a quem irei enganar quando os abro
Nem a morte, pois eles abrem para a vida
De forma, avantajada eles se tornam lunetas
Capazes de decodificar os anéis de saturno
De forma que podem enxergar até a alma
Meus olhos fechados são como um sonho
Meus olhos abertos são a verdade
Não é tão fácil morrer
Fico feliz por isso, pois meus olhos abrem
Para a vida!
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