sábado, 18 de julho de 2009

Horizontes fixos


Tenho olhos fixos no horizonte

Nada os embasa, tão atentos que lacrimejam


Gira terra, gira mundo e não pare e me lance


A esse horizonte tão distante e tão opaco



Abro a janela debruço meu corpo e fixo o olhar


Mas fixados que fita adesiva em parede de plástico


As pupilas se abrem e se fecham de forma psicodélica


Ao piscar de forma leve tenho uma brusca estranheza



Da luz que reflete no vidro da janela


E me faz ver o horizonte que se esconde atrás de mim


Percebo que meu olhar fixo em um ponto é pequeno


Quando existem tantos horizontes para poucos olhos



Se o sol nascesse em mais que um ponto cardeal


Certamente ficaríamos confusos com os minutos do dia


De forma mortal e fútil e divina, possuo dois grandes olhos


Que me fazem ver somente o horizonte que me é permitido



E já me basta, por isso não me distraiu com o reflexo na janela


Horizontes atrás, passados sempre irão se refletir nos meus olhares


Mas não mudaram a forma fixa que olho o horizonte que me saúda


À frente, aquém, além mar... como navegantes do século XVI



Se meu horizonte não terminar


E barcos não caírem ao leu no seu final


Permanecerei a vida inteira


Com meus olhos fixos



No horizonte

2 comentários:

Anônimo disse...

Curti esse poema, parabéns! :)

Anônimo disse...

LINDO POEMA, MUITO SENSÍVEL!
PARABÉNS.