segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Folhas



Discipulo - A quanto tempo esta ai senhor?

Senhor - Desde de sempre.

Discipulo - E o que observa com tanto alento?

Senhor - As folhas que caem.

Discipulo - Mas elas caem todo ano, quais lhe seriam surpresa?

Senhor - Essa nova que cae.

Discipulo - E' uma folha como a outra.

Senhor - Entao voce nao observou bem a que caiu antes.

Discipulo - Verdade, nao estava aqui quando ela caiu.

Senhor - Isso ja muda tudo. Estar onipresente nao e' possivel para ninguem.

Discipulo - So' Para Deus nosso senhor.

Senhor - Ao menos eu estava aqui quando a ultima caiu e lhe digo nenhuma e' igual a outra,

Discipulo - E que diferenca faria se eu estivesse aqui.

Senhor - Muita, Voce perceberia que a ultima nao foi igual a anterior, o vento e o tempo seriam diferentes, e ela nao cairia da mesma forma, e o nosso onipresente senhor nao veria apenas uma folha e um observador. Veria uma folha e dois observadores. E isso tornaria o mundo diferente.

Discipulo - Para melhor ou para pior.

Senhor - Ai' pergunte ao seu senhor, aqui s'o posso observar as folhas que caem.

Discipulo - E no que isso pode te ajudar?

Senhor - Me distrai, me faz perceber que as coisas mudam, que folhas caem e nascem, e que eu nao sou o mesmo do que fui a um segundo atras.

Discipulo - Entao so' devo observar?

Senhor - Acho que sim, as coisas simples.

(E todo o outono passa)

Discipulo - O inverno chegou e as folhas nao caem mais...

(silencio)

Discipulo - Senhor, ainda estas comigo?

(e o recepcionista da estalagem se aproxima)

Recepcionista - Homem, o inverno chegou ja conversaras em deveras com o senhor... Que ja' partiu.

Discipulo - Ficarei. Pois ao contrario ele acabaste de chegar. Pois e's onipresente. E seus cristais comecam a chorar na nossa primeira noite de inverno. E ira proseguir por todas as estacoes. Pois as folhas que cairam e eu nao vi desta vez... Farei questao de ver a neve que cae e irao me mostrar a diferenca que ha' entre uma e outra. E assim entenderei as folhas que cairam no outono e infeliz estava himbernando. Pois cada grao e' diferente ao outro, e cada estacao e' diferente a outra. Assim como nos e nossos sentimentos.

(E os primeiros cristais de neve comecam a cair)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Dialogo com os animais





Em seu templo ainda sozinho o mestre resolve passear por um bosque proximo ao seu jardim.

Mestre – Apos anos de reflexao, contemplamento, e solidao. Fico feliz em ter conseguido o dom de conversar com seres que outras pessoas nao conseguem. Por isso hoje cabe um dialogo com esses outros seres vivos.

(O mestre se senta ao meio de uma clarera e' em posicao de Lotus fecha os olhos e medita)

Mestre – Ola’ grande urso que se aproxima. Nao se sinta encorajado a um ataque devido a minha inercia, pois perceberia a sua chegada a kilometros daqui.

Urso – Tambem Senti a sua prensenca assim que chegou a essa clarera, meu alfato e’ agucado, e embora eu desconheca os poderes humanos, embora saiba que sao destrutivos fico feliz em saber que um deles possui o mesmo alfato que o meu, isso pode nos aproximar.

Mestre – Infelizmente, nao foi o meu alfato que me alertou sobre a sua presenca foi a minha audicao, seus movimentos sao bruscos, seria possivel perceber a sua aproximacao mesmo que eu estivesse dormindo.

Urso – Desculpe entao a minha grosseria, verdade, nao sou muito sutil. Mas nao se preocupe nao lhe farei mal, nao estou com fome, alem do mais a carne humana nao me e’ apetitosa. Prefiro conversar com voce ja’ que e’ o unico homem que conheco que consegue me ouvir e me responder.

Mestre – Nao sou o unico. Entretanto hoje sou so’ eu. Sentesse e relaxe, embora esteja proximo a seu periodo de hibernacao lhe cabe contemplar um pouco mais a sua casa, pois so a veras de novo em outra estacao.

(O urso encosta proximo a uma enorme arvore brica com alguns insentos e observa a paisagem ao seu redor.)

Urso – Sente o cheiro de penas, homem?

Mestre – Nao o cheiro como lhe disse, mas ja’ estou a vendo a minutos nos sobrevoando.

Urso – Como podes estar vendo que ela nos sobrevoa se estas de olhos fechados?

Mestre – Os olhos sao apenas uma ferramenta do nosso corpo para que a nossa mente veja as coisas. E’ possivel enxegar sem eles, voce se surpreenderia com a capacidade de alguns humanos desprovidos da visao de enxergar a sua volta.

(Uma aguia pousa sobre o galho de uma arvore enfrente ao urso e a esquerda do mestre)

Aguia – Essa e’ uma visao bem curiosa, grandes seres do topo da cadeia alimentar sentados lado a lado.

Mestre – A rainha do ceu tambem deve se sentir muito lisongeada ao estar nesse grupo que pertecem a esse topo.

Aguia – Sim. E’ verdade. Embora eu nao possa desfrutar de alguns prazeres que voces possuem.

Mestre – Nao reclame, voce possui um dos mais invejados dons da natureza.

Aguia – Como o senhor disse a visao e’ relativa e meus olhos embora muito apurados, ainda nao me permitem sentir o que voces sentem com o tato.

Mestre – Enganou-se em pensar que falava de sua visao. Digo do seu dom de voar. Muitos seres vivos gostariam de tocar o vento com suas maos, patas e alguns que nao podem voar ate com suas asas. Entretanto como isso e’ algo tao normal para voce, talvez nao tenha percebido a importancia do voo.

Aguia – Tens razao. E sobre o que conversam?

Urso – Pelo o que entendi ate agora sobre observar o que nos rodeia.

(E o mestre esbosa um sorriso sutil)

Mestre – Aguia contenha-se em seu lugar, pois teremos uma nova visita e nao ouse ataca-la.

Aguia – Nao vejo nada que eu possa atacar no momento.

Mestre – Entao deveria agucar a sua visao.

(Uma marmota sai do chao, observa tudo ao seu redor e rapidamente volta para a toca)

Mestre – Cara mamorta, embora seja tao pequena nao tenhas medo. Aqui estaras protegida.

(Ela estao volta a superficie)

Marmota – Desculpe a minha indelicadesa, mas sabe como e’ perto de voces me sinto muito pequena e fraca, uma presa facil.

Mestre – Nao se diminua, ninguem aqui possui o dom de ficar tanto tempo no escuro, as trevas nos atormentam, ninguem aqui e’ capaz de cavar tao fundo e criar tuneis tao perfeitos como voce. Alem disso voce possui uma boa mordida. Entao nao tema o que as vezes parece ser grande. Ja vi grandes virar pequenos frente ao medo e pequenos conquistarem o mundo.

Urso – Mas o tamanho e a forca podem nos dar muito poder.

Mestre – Poder ilusorio, ja vi grandes nacoes cairem, e grandes guerreiros sangrarem, alem do mais nao se esqueca voce ainda faz muito barulho.

(A aguia desce da arvore e pousa no ombro do mestre)

Mestre – Espero que a sua aproximacao seja apenas para um contemplamento mas pleno dos que nos contemplamos. Se for por outro motivo, tenho a certeza de que ira falhar em sua vontade.

Aguia – E como sabes que irei falhar. (Sussura para o mestre) Ela nem esta me vendo, esta se cocando.

(E a aguia da um bote na marmota, que rapidamente entra em sua toca, e reaparece em outra do outro lado do mestre, a aguia fica com a cabeca presa no buraco em que a marmota estava)

Mestre – Perdoe-me cara marmota, ela ainda nao sabe enxergar direito. E agora provavelmente estas cega, aonde voce mais pode enxergar, pelo visto tambem nao saber ouvir e pouco sabia de seu tato, mas nao a mate com as suas pressas fortes, agora que ela e’ um alvo facil, ofereca-lhe o perdao. Por sua ignorancia.

Marmota – Nao o farei. Ao contrario, irei desfrutar um pouco do prazer que ela mesma lhe retirou.

( A marmota sai da toca sobe a arvore, e deita no galho aonde a aguia se encontrava no alto da arvore)

Urso – Como esta ai em cima?

Marmota – O vento bate forte, e os raios do sol tocam os meus pelos de forma divina, embora eu pareca aqui em cima um alvo facil, ter uma visao do alto realmente nos da a sensacao de poder, mas sei das minhas limitacoes e aqui nao e’ meu lugar, mas desfrutarei desse breve previlegio enquanto a aguia nao consegue sair do buraco. Homem uma pergunta, como sabias de minha aproximacao?

( O mestre sorri )

Mestre – Sou um ser da terra assim como voce, e temos os tato como um grande dom, meus pes e minhas maos podem tocar o solo, e nele sentir as vibracoes do que se aproxima, e mesmo que voce estivesse sendo sutil ao escavar seus buracos, meu corpo sentiu um leve tremor que me fez perceber a sua aproximacao.

Urso – E por que eu nao senti?

Mestre – Ainda nao consegue contemplar, observas mais nao contempla. Estava ocupado brincando com alguns insentos.

(O urso entao relaxa e tenta contemplar o que esta a sua volta)

Urso – Agora nao posso estar enganado, estou sentindo a prensenca de mais uma visita.

Mestre – Certo caro amigo, o cheiro da raposa esta bem forte.

Urso – Nao senti a sua aproximacao pelo cheiro, estava com a respiracao presa tentando sentir o que me rodiava. E percebi o som das folhas que estao no chao se mecherem, alem de movimentos rapidos e sutis de um lado para um outro movimentos bem mais leves que o meu. E possivel sentir e perceber com mais facildade o que nos e’contrario a assim como a angustia da aguia em nao enxergar agora, e o prazer da mamorta em estar no alto.

(Mestre Sorri)

Raposa – Embora eu estivesse a kilometros de distancia estava muito claro tudo o que diziam, ouvia bem todas as palavras, e por isso resolvi me aproximar dessa bela reuniao.

Mestre – Assim acontecem os dialogos, apenas ouvir embora seja mais importante nao torna completo o dialogo, falar o que pensa e’importante para enriquecer nossa sapiencia.

Raposa – A muitos anos escuto demais, e falo de menos. E trago a minha reclamacao sobre voces seres humanos.

Mestre – Sou todo ouvidos.

Raposa – Bom saber que existe um homem que possa ouvir o que digo, alias o que acredito que todos nos temos a dizer. Eu nao entendo o que voces entendem, se dizem tao racionais e sao tao ignorantes, se dizem tao fortes e sao tao fracos, se dizem tao espertos e sao tao burros, se dizem tao seguros e tem medo do que nao conhecem, se dizem tao felizes e sao tao triste que descontam sua tristeza em nos, se dizem tao perfeitos mais mal conseguem, ver, enxergar, ouvir, sentir, ou tocar de verdade assim como nos tocamos o que nos rodeia. Sao incapazes de perceber o que lhes rodeiam. Acreditam que sao o centro do universo e ainda assim sao tao solitarios por que nao conseguem se sentir plenos em estar no centro do universo e da natureza. Desculpe minha franqueza caro humano que me escuta, mas acredito que devido a minha racionalidade bem inferior a de voces, eu nao consiga entender determinadas acoes que voces comentem contra nossa casa, nossos irmaos e a si mesmos. Novamente me desculpe, so’ vim aqui para desabafar, ja’e’hora de partir, escuto o som de alguns caos latido obrigados a me cacar, e o som de algumas cavalgadas de cavalos que carregam humanos que os domaram assim retirados de sua libertade apenas para oferecer conforto as pessoas e receberam alguns cubos de acucar e feno em troca. Adeus.

(A Raposa foge ligeira, a marmota olha para o mestre e ve uma lagrima escorrer entao desce da arvore e entra em uma toca, a aguia finalmente consegue se libertar, olha para o mestre triste e segue em seu voo. Por fim o mestre se levanta da sua posicao de lotus e se retira da clarera triste e pensativo, o urso fica so’, se aproxima de uma comeia, retira um pouco de mel com suas patas e volta a sentar-se).

Urso – Homem, Raposa, Aguia e Marmota... sei que de alguma forma podem me ver, sentir, ouvir, ou perceber a minha prensenca nesse mundo, e o que estou dizendo. Aqui somos todos discipulos, no eterno aprendizado que e’a vida. Fugimos, cacamos, corremos, morremos, amamos e outros amos... Nao me cabe mais divergir, defender ou criticar tudo que foi dito aqui. Me acabe agora sozinho apenas desfrutar do que me foi oferecido. De forma harmoniosa para com a minha casa, tomo esse mel, delicioso, o mais gostoso, que apenas eu agora poderei sentir. Pois embora nao tenhamos conversado sobre o paladar, esse sentido e’muito melhor sentir do que falar, ver, ouvir ou tocar. O gosto pela vida deve ser como nossa lingua que toca o mais gostoso mel. Doce.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Na busca do dialogo



Discipulo caminhando por estradas que cortam vastos campos de trigo

Discipulo – (Essa paisagem diferente realmente enche meu espirito de alegria, assim percebo o quanto minhas pernas sao fortes para caminhar ainda alem do que jamais imaginei. Acredito ser a hora de falar com as pessoas.) Ola pastora precisa de ajuda na colheita de seu trigo?

Ele e’ ignorado de forma grosseira.

Discipulo – Ela nao deve compreender a minha lingua, mas nao desistirei, a frente vem um homem o qual certamente consiguirei um dialogo. Ola’ homem! Onde consigo um lugar para descansar?

O homem aponta ao leste e segue caminhando cabisbaixo.

Discipulo – O senhor saber quanto custa.

E nao consegue qualquer resposta.

Discipulo – As pessoas normalmente teem medo do desconhecido, talvez por isso nao se mostram aberta ao dialogo, mas certamente na estalagem consiguirem um bom dialogo.
Chegando na estalagem

Discipulo – Ola’ meu nobre homem posso me instalar por uma noite em sua pensao?

O recepcinista lhe entrega as chaves de um quarto e lhe fala o valor da estadia enquanto ler um livro.

Discipulo – A quanto tempo existe essa sua estalagem?

O recepcionista se mantem na sua leitura.

Discipulo – O senhor ao menos sabe aonde posso encontrar pessoas o qual posso conversar essa noite?

O recepcinista aponta uma taberna do outro lado da rua.

Discipulo – Ok. Ok.

Discipulo guarda suas coisas e depois se dirige a taberna, senta em uma mesa e tenta com o olhar encontrar alguem para se aproximar e tentar um dialogo. Ja fatigado, ele se retira da taberna e volta frustrado para a sua estalagem ao passar pela recepcao ele e’ abordado pelo recepcionista.

Recepcionista – Homem. Nao force um dialogo, as melhores conversas acontecem de forma casual. Nao se fatigue em busca de ensinamento ou na necessidade que tens de ensinar. Muitas pessoas nao querem aprender e outras nao querem ensinar e muitas estao ocupadas com seus problemas, buscas, sonhos e desejos e nem sempre tem tempo para um dialogo. Isso nao as tornas m’as pessoas, apenas humanas. Durma, descanse. Converse consigo mesmo e em seguida ore, pois na oracao encontrara’ alguem que sempre estara’ la’ para te ouvir, que mesmo com milhoes de coisas para fazer sempre tera um tempo para voce pois o tempo para ele nao e’ linear. Ele nao possui desejos ou faz planos. E seus problemas sao os nossos problemas. Converse com ele. Antes de dormir voce ainda tera’ o melhor dialogo que voce poderia ter. Consigo mesmo e com Deus.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Consigo mesmo

(Discípulo caminhando conversa consigo mesmo como em reflexão dirigindo-se seres da natureza e com o ambiente que encontra)

Discípulo - vento um grande amigo na minha jornada, ofereça-me sua tranqüilidade, me abrace com seu manto e guie-me a direção certa.

E o vento sopra e toca todo o seu corpo de forma divina, envolvendo-o como um manto

Discípulo - estrada que meus pés pisam, que gasta a sola dos meus sapatos, não seja infinita, pois ter um ponto de chegada é importante para saber que o caminho valeu a pena. Nas suas bifurcações não me confunda, sinalize e em forma de sinais toque o meu coração e mostre-me o melhor caminho.

E uma clareira Deixa a estrada mais iluminada e ele vê a poeira, as folhas e pequenas folhas descerem pelo céu.

Discípulo - ave que canta, entenda que meu silencio é introspectivo, mas isso não significa que não quero te ouvir, se vc não entende o que falo, o não aprecia meu canto, não se intimide com isso, pois mesmo sem conhecer a sua língua quero as suas canções que alimentaram meu coração de vida e alegria.

E um roxinol voa de uma arvore a outra cantando incansavelmente.

Discípulo - arvores que me rodeiam, mantenha-me aconchegado em sua presença que vocês sejam minhas parceiras de viagem, que eu possa apreciar cada mudança de suas fases e que vocês percebam o quanto também sou capaz de mudar. Sejam minhas amigas, que assim nunca me sentirei só.

A sua frente ele vê observa a quantidade de frutos e flores nas arvores que o cerca.

Discípulo - me perdoe linda flor que eu retiro agora de seu pequeno caule, mas de você serei enamorado, serás a lembrança bela e minha companhia fiel de minha jornada. Sempre que eu olhar para ti lembrarei o quão importante é amar. E que quando tiramos alguma coisa de seu conforto devemos a ela segurança e respeito.

E a flor exalou um forte perfume que encheu o espirito do caminhante.

Discípulo - ao horizonte que me espera seja firme. As montanhas me de grandeza de espirito, ao céu me lembre que não existe limites, as estrelas que sejam minhas guias e me observem, ao sol que me aqueça, a água que sacie minha sede, ao fruto que alimenta minha alma, a terra que me mantenha firme, aos animais que me façam perceber que não sou tao importante. E por fim e mais importante a Deus que é o grande maestro de tudo isso que me cerca. Comigo mesmo faça minha jornada uma boa jornada, que nela eu me perceba e perceba também tudo que me cerca.

E o horizonte ganhou cor de baunilha, e as montanhas emolduraram o horizonte, e o céu ficou mais limpo, e as estrelas começaram a aparecer, e o sol se pôs por trás das montanhas, e a água surgiu da fonte, e o fruto amadureceu, e a terra continuo a girar, e os animais se alegraram, e Deus abençou a jornada do viajante. E o viajante se encheu de paz e alegria.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Partida

(Discípulo de mochila nas costas)

Mestre - aonde vai?

Discípulo - chegou minha hora de partir

Mestre - como descobriu que essa é sua hora?

Discípulo - Meus sonhos e planos estão estagnados.

Mestre - e como pretende realiza-los?

Discípulo - caminhando pelo mundo descobrirei por onde devo começar.

Mestre - saibas que o caminho começa se alto conhecendo... O caminho interior se descoberto é o ponto de partida de qualquer jornada.

Discípulo - por isso fiquei tanto tempo com o senhor, e agradeço por tudo que me ensinastes, saibas que por onde eu estiver terei o senhor no coração.

Mestre - Tudo que ensinei foi de boa vontade, pois sei que o conhecimento não deve ficar guardado, ele deve ser transmitido e espalhado pelo mundo, por isso peço que ensine tudo de bom que aprendestes...

Discípulo - certamente o farei.

Mestre - só mais uma coisa, quando sairés pela aquela porta não olhes para trás os grandes homens só venceram por que não guardaram força para voltar, utilize toda a sua energia para seguir sempre em frente.

Discípulo - obrigado por esse novo ensinamento. E Adeus meu grande mestre.

Mestre - Adeus.

(discípulo parte)

Mestre sozinho em seu templo - o tempo que passamos juntos foi para mim também um grande aprendizado, aprendi a conviver diariamente com uma pessoa de temperamento completamente diferente do meu, tive que me adaptar, assim como ele também... Mudei, assim como ele também mudou, percebi que somos pouco de cada um que passou em nossas vidas, e nossa personalidade se constrói a partir dessa convivência. Mas infelizmente me acostumei com a companhia de outra pessoa, e agora terei que enfrentar um grande amigo e inimigo, eu mesmo. Terei que me adaptar e viver sozinho novamente, sem me render as futilidades do mundo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pessoas da Fronteira




Existem pessoas que vivem na fronteira elas não quererm residir em seu país mas não se aventuram o tempo todo em terras estrangeiras. Eu sou uma dessas pessoas. O que para algumas pessoas pode paracer uma zona confortavel pode ser o contrario ela por muitas vezes é uma zona de conflito. Mas isso não é apenas uma escolha é uma natureza, que não reside na comodidade do lar, e nem na eterna aventura de viajar. Não veêm o amor como algo comodo e que as vezes torturam naturais de seu país, mas também compreendem que as viagens são cansativas. Essas pessoas não possuem respostas certas e nem erradas, compreendem o que é amar, mas não confunde o que é o amor. Sabem que o amor não reside em um só lugar e nem na busca cansativa dele. Elas sabem que é melhor ser alegre do que ser triste e que amar é... Uma questão que não tem resposta definida. E ainda assim continuam sorrindo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sobre os pais



Discípulo: Mestre me responda de forma direta, o que você considera mais importante na vida?

Mestre: Nossos Pais.

Discípulo: Difícil seria discordar disso do senhor... Mas ainda assim, a fim de me aprofundar em seus pensamentos me explique o porquê o senhor considera isso?

Mestre: Se um pai te maltrata, você tenta ser diferente do que ele foi para ser um pai melhor. Se uma mãe trai seu pai, você procura uma mulher que não vá te trair para que você não sofra com seu pai sofreu. E vice versa. Se seu pai é bom, você seguirá seus conselhos e será um bom homem, talvez ainda melhor do que ele. Se você tem uma grande mãe você será um grande esposo e talvez um grande pai.

Discípulo: Se tudo fosse assim não haveria pessoas más no mundo. Todos seguiriam os bons exemplos ou tentaria ir contra os maus exemplos dos seus pais.

Mestre: Faltou eu falar de um tipo de pai e mãe.

Discípulo: Qual?

Mestre: Os ausentes esses não dão nem bons nem os maus exemplos. Esses na verdade nem são pais. E assim nascem as pessoas más.

sábado, 6 de agosto de 2011

Existência


Mestre e seu discípulo sentados a beira do telhado

Discípulo: Sobre o que falaremos?

Mestre: Existência, o que pensa sobre a nossa existência?

Discípulo: Penso que somos animais que desejamos cada dia mais, e todos os dias nos desapontamos por não obter tudo que desejamos porque nossos desejos são ilimitados.

Mestre: Somos os únicos animais que sofremos de depressão casada por nós mesmos.

Discípulo: Nos deprimimos por não ter algum bem tecnológico o alguma outra coisa matéria que o outro tem, quando na verdade na essência de nossa existência não havia nada.

Mestre: Nosso espírito em sua matrix não possuía qualquer lamento ou vicio, e aos poucos tudo que nos envolve o corrompe.

Discípulo: É possível evitar esse dano? E termos uma existência sem lamentos, magoas e tristezas?

Mestre: Não podemos viver como baleias que apenas nadam, e saltam, e acredita em um oceano todo para elas. Talvez um isolamento como fazemos seja uma solução, mas muito difícil de seguir depois que provamos da droga capitalista.

Discípulo: Primeira vez que escuto essa palavra sem um tom político, ela suou como a maçã do jardim do Éden.

Mestre: Que originou o desejo e corrompeu a nossa existência.

Discípulo: Então, o senhor não ver uma solução para a depressão e o amargo da existência humana?

Mestre: Não, porque é de nossa natureza sermos assim, não somos mamíferos, possuímos características que nos distingue desse grupo. Nós desejamos e o desejo nos enquadrada em uma espécie diferente. Nenhum outro animal deseja tanto o tempo todo e tantas coisas, o desejo é nossa existência.

Discípulo: E depois? A existência não se resume apenas no plano carnal... O que vem depois?

Mestre: Infelizmente não sei responder, isso vai variar da crença que você desejou escolher enquanto vive. Mas posso lhe dizer que você não sofre em sua existência por essas crenças ou pelo que vem depois o sofrimento é presente e passado não futuro, não podemos sofrer com algo que não aconteceu, mesmo desenganado porque a cada segundo algo mudo no mudo, 1 bit que caia quando corre pela rede, ou um espirro em uma condução pode mudar todo o futuro. O nosso principal sofrimento e com esse temos o direito de nos preocupar, é com o passado que embora devemos entender que não tem como mudá-lo, sabemos que escolhas erradas ainda machucam nossa existência, e principalmente devemos nos preocupar com o hoje, pois esse ainda pode ser mudado, está fresco, em plena construção, como decidir ou não atravessar uma rua, ou comprar uma maçã ou uma pêra. Ele está vivo, e nele você existe e nele você deve tentar acreditar todos os dias que desejar demais pode ser o maior amargo de sua alma.

Discípulo: Concordo. Vamos descer, o sol já se pôs, e senti fome.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Realização:



Homem: Olá, amigo! Fico feliz por ter voltando a freqüentar o nosso jardim.

Discípulo: E eu peço desculpas, por ter me afastado.

Homem: Eu aceito suas desculpas de coração. Tenho um presente para ti.

Discípulo: Isso é um verdadeiro amigo, por mais que eu tenha me afastado quando retorno é bem aceito e ainda ganho presente de boas vindas.

Homem: Lembra-se da rosa que pediste para eu cuidar? Hoje ela é uma roseira, me dediquei a ela todo esse tempo, e ela se dedicaram a mim. Fomos amigos e conversamos sobre tudo inclusive sobre você e hoje ela está realizada assim como, o empenho mútuo e o amor que nos oferecemos nos tornou mais forte.

Discípulo: Fico muito feliz por isso.

Homem: E aqui do lado eu plantei o primeiro botão que ela me ofereceu. Que agora eu lhe dou de presente.

Discípulo: Também me sinto realizado.

Homem: E hoje eu decidir partir. Aqui aprendi a ter amigo, a cuidar de outra vida, e a cuidar de mim. Não me sinto mais sozinho, adorei participar do seu jardim. Mas agora me sinto forte para cultivar meu próprio jardim.

Discípulo: Prometo visitar o seu jardim um dia, mas no momento preciso voltar a cuidar do meu.

Homem: Obrigado por ajudar a realizar a vida de um homem.

Discípulo: Eu que agradeço por cuidar do meu jardim na minha ausência.

Homem: Antes de partir como meu mestre e amigo gostaria que me explica-se esse sentimento que estou sentido de realização...

(Discípulo respira fundo, fecha os olhos e diz)

Discípulo: Se sentir realizado é um momento de felicidade plena, quando você não consegue segurar aquele sorriso sutil, é quando você percebe que as sementes que você plantou deram frutos e flores, é quando você vê seus filhos crescerem e se tornarem homens de bem, é quando você percebe que todo aquele amor que você ofereceu você está recebendo de volta, é quando você olha para dentro de si, e descobre que você seguiu a sua natureza, sem se corromper, e que no final, realizou seus sonhos sem ferir ninguém.

Homem: Então ainda não estou plenamente realizado.

Discípulo: Você não precisa ter tudo isso para se sentir realizado, cada meta é uma realização, por isso nunca deixe de ter metas, são elas que irão te manter realizado.

Homem: Obrigado, meu amigo e mestre... Hoje sigo meu novo caminho. O das realizações.

Discípulo: Que Deus esteja sempre com você. Adeus. (Com lagrimas nos olhos)

Homem: Adeus. (Com um leve sorriso)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Da Confusão:


Mestre: Boa tarde. Ainda está deitado refletindo?

Discípulo: Sim.

Mestre: Há semanas te vejo acordando tarde, e dormindo tarde. No que você chama de reflexão.



Discípulo: Então hoje lhe confesso, não é apenas reflexão. Acho que posso chamar de confusão.

Mestre: E com o que está confuso?

Discípulo: Estou confuso se é esse mesmo o caminho que quero seguir, se estou seguindo realmente o meu destino, sobre as coisas que posso está abrindo mão lá fora, se deveria voltar para a guerra, se almejo ou não uma vida de glorias, se estou seguindo meus sonhos entre outras coisas.

Mestre: Siga-me.

(Discípulo a principio mostra certa recusa, mas por fim se levanta e segue seu mestre)

Mestre: Vê essa roupa? Jogada no chão há semanas. É sua. Venha... Vê essa louça empilhada há semanas? É sua. Siga-me. Vê esse salão o qual sempre foi de sua responsabilidade manter limpo, está imundo.

Discípulo: Sei de tudo isso. Mas como disse estou confuso e sem forças para essas tarefas simples.

Mestre: Essas não são tarefas tão simples. É o que você veste, come e vive. Tem o dever de cuidar disso, pois estará cuidando de você. Siga-me. Vê aquele jardim? Está abandonado, cheio de ervas daninhas e mato. Também é de sua obrigação. Vê aquele homem cuidado da rosa lá fora? Ele disse que partirá hoje, por que conseguiu se encontrar, se sente vivo de novo, por ter cuidado da rosa, não se sente mais um discípulo dele mesmo e sim mestre do seu destino. Só se lastima por ter perdido um amigo.

Discípulo: E por onde devo começar?

Mestre: Todo esse tempo confuso, só te deixou mais confuso quanto as suas obrigações consigo e para com o mundo, o seu jardim não está cuidado está abandonado por você mesmo. Volte e comece do mais simples.

(Discípulo abaixa a cabeça e recolhe a roupa do chão)

(Depois de algumas horas)

Mestre: Ainda está confuso?

Discípulo: Não. Estou cansado. Já lavei, cozinhei, limpei, arrumei, e agora vou cuidar do jardim antes que escureça.

Mestre: Antes deixe eu te dizer algo, não é porque estamos confusos com nós mesmos que podemos deixar de cumprir nossas obrigações, deveres e sonhos. Por mais simples que sejam, pois são eles que nos fazem importantes nem que seja para nós mesmos. São eles que nos fazem ser quem realmente somos.

Discípulo: Obrigado, mestre. Mais uma vez. Deixe-me ir cuidar do meu jardim. Por que antes de dormir hoje, o que farei cedo por que estou cansado, preciso rever e conversar com um amigo que cuidou de nossa rosa.

Solidão



Discípulo: O que faz aí sentando na cerca a beira da estrada, senhor?

Homem: Estou comigo mesmo.

Discípulo: E está bem?

Homem: Não. Sinto-me só.

Discípulo: Por que se sente só?

Homem: Por que não sei quem eu sou. Então não consigo estar de verdade comigo mesmo, e desta forma me sinto só.

Discípulo: Mas o senhor não tem alguém para cuidar de você ou alguém para que cuide?

Homem: Tudo que tinha perdi. Se é que algum dia tive algo de verdade.
Discípulo: Se o senhor ainda possuir seus valores ainda terá algo.

Homem: Meus valores foram variáveis conforme as coisas que conquistei, tai se tornaram mutáveis como tudo que tive também, logo não tenho valores eternos, e assim me perco.

Discípulo: Entendo, dos valores que fala. E por isso lhe darei algo. O senhor disse que não tens para onde ir certo? Então ficará conosco até que sua solidão acabe.

Homem: Fico grato pela sua bondade, mas o que posso fazer para retribuir?

Discípulo: Acompanhe-me

(Os dois seguem até o jardim do templo)

Discípulo: Vê essa rosa, ela agora será nossa rosa, e lhe pedirei que nunca a lhe deixe só. Que ira ser seu companheiro durante a sua jornada conosco em nosso templo. Cuidará, regará, conversará e lhe dará a sua companhia.

Homem: É ela que me dará a companhia dela, mestre. Se assim posso lhe chamar.

Discípulo: (sorri) Obrigado. Mas ainda estou aprendendo. Ainda não sou mestre.

Homem: O homem que oferece a outro seus conhecimentos e carinho, e principalmente a sua atenção merece ter o titulo de mestre.

Discípulo: Obrigado.

Homem: E hoje não estou mais só, pois tenho uma rosa, um mentor, um amigo e um discípulo que sou eu mesmo durante o tempo que eu não me encontrar. E com todas essas obrigações será impossível em pensar na solidão. (acariciando as pétalas da rosa) Aonde pego a água para que eu possa começar a regar a vida?

Discípulo: Você já está regando, meu amigo.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Valores:



Discípulo: Olá mestre, voltei de minha caminhada a estrada foi longa mais consegui usar muito do que aprendi com o senhor e conheci algumas pessoas interessantes.

Mestre: Fico feliz por sua felicidade.

Discípulo: Também aprendi muito com o que me cercavam, as pessoas que conheci retribuíram meus conhecimentos com algumas coisas de valor.

Mestre: A passagem de conhecimento não precisa ser retribuída, ela só não pode ser guardada, do que vale um quadro famoso empoeirado dentro de um cofre?

Discípulo: Entendo. Como os livros que são comprados e exibidos em estantes para ostentar saber.

Mestre: Correto.

Discípulo: Mas elas ofereceram de tão bom grado que não achei nada de mal em aceitar, porém agora quero repassar esses objetos de valor para o senhor que me ensinou muita coisa, e com a sua sabedoria consegui expandir meu conhecimento.

Mestre: Também não recusarei seus presentes para não parecer que é de mal grado.

Discípulo: Obrigado. Veja se lembra quando conversamos sobre a maldade? Um general, que escutou a historia me deu todas essas medalhas de ouro, para que eu fizesse o que achar melhor com elas. E ele chorava ao ouvir a nossa conversa. Veja, veja... Está rosa ganhei de uma mulher que havia perdido o seu esposo na guerra, quando lhe contei sobre o nosso dialogo sobre a saudade. Ela também chorou... Agora veja isso... Uma bela espada não é? Irá ficar linda na parede do templo ganhei de um samurai que não conseguia mais lutar, quando lhe contei sobre o nosso dialogo sobre o medo. São pertences de grandes valores.

Mestre: Realmente são pertences de grandes valores. Obrigado.

Discípulo: E então o que vamos fazer com todos esses valores.

Mestre: Acho que estamos falando de valores errados.

Discípulo: Estou falando do valor que essas coisas têm e que agora são nossas.

Mestre: Não. São minhas. Você as me deu.

Discípulo: Verdade.

Mestre: Mas não vejo valor nessas coisas, pois o verdadeiro valor delas foi você que
descobriu com seu próprio valor, em levar até as pessoas um pouco de conhecimento. E conforto. Elas são apenas uma representação e símbolos de suas viagens. Não valores materiais.

Discípulo: E o que o senhor fará com elas?

Mestre: Não tive mérito ao conquistá-las. Logo, o ouro doarei a pessoas que precisam mais do que nós, sempre existe alguém precisando mais do que nós. A rosa irá plantá-la em nosso jardim e você cuidará dela, para que não se esqueça da sua viagem. Quanto à espada, ela realmente ficará bonita em nosso templo. E irá me recordar dessa nossa conversa.

Discípulo: Obrigado mestre por mais um ensinamento.

Mestre: Agora sou eu que quero te dar um presente.

(Mestre se levanta e vai buscar um objeto)

Mestre: Tome esse espelho, para que você nunca se esqueça em não perder o seu valor, por valores temporários, os valores mudam com o tempo, mas o seu valor servirá para todos os tempos.

domingo, 22 de maio de 2011

Medo



Discípulo: Mestre... Tenho medo.

Mestre: E o que teme?

Discípulo: Do futuro, da solidão, do amor, da guerra e de outras coisas...

Mestre: Não temas o futuro, porque ele chega tão rápido que você vai acabar temendo ao invés de estar vivendo-o, agora já estamos no futuro da pergunta que me fez há segundos atrás, e se você continua-se com medo de perguntar, você não obteria as respostas; Não tema solidão, pois você si tem, e veja a sua volta, você nunca estará completamente sozinho. Se temer o amor, temerá a si mesmo e ao futuro, e na verdade todo o resto; não tema a guerra apenas planeje como e se deve em entrar nela. Das outras coisas não sei por que teme, se você nem as identifica.

Discípulo: Mas o que é esse sentimento?

Mestre: Veja no dicionário, ele é infinitamente mais sábio do que eu.

Discípulo: Lá obterei respostas racionais e acho que os medos provem de outras causas.

Mestre: O medo provem das coisas que não conhecemos, tenha consciência do que teme, estude o seu medo e o enfrente.

Discípulo: O senhor já sentiu medo?

Mestre: Mas é claro.

Discípulo: E como o enfrentou?

Mestre: Não me faça ser repetitivo, embora eu te ame, não posso ter medo de dizer que você pode me cansar com suas perguntas já respondidas.

Discípulo: Não me maltrate hoje, estou com medo.

Mestre: Você pode estar confundido seus sentimentos, tristeza não é medo, e você não deve temer aos outros ou as outras coisas, só a si mesmo. Esteja pronto para se enfrentar, combata seus próprios medos, com a sua coragem.

Discípulo: Mas me falta coragem, parece que estou sem armas para enfrentar o medo.

Mestre: Qual arma você usa numa guerra?

Discípulo: Espada e escudo.

Mestre: No amor?

Discípulo: Rosas e palavras sinceras.

Mestre: No trabalho?

Discípulo: Determinação e conhecimento.

Mestre: Já somou tudo? E tentou utilizar tudo isso a favor de se enfrentar?

Discípulo: Não.

Mestre: Então feche os olhos e pense nos seus medos... Não na tristeza. Tente diferenciar as coisas. Depois disso, lembre das rosas ou palavras sinceras que já recebeu e que já ofereceu, depois disso lembre-se da sua coragem e força ao empunhar uma espada ou se defender com o escudo contra pessoas que te queria mal, e que você sobreviveu graças a essas armas... Agora some a determinação e sabedoria que você teve para desempenhar o seu trabalho com êxito e de quantas vezes você foi bem sucedido e recebeu elogios por essa determinação, lembre da sabedoria que foi utilizada, como a adquiriu e como você é capaz de utilizá-la para melhorar um pouco o mundo. Depois de tantas lembranças boas... Abra os olhos... Você não está no futuro embora ele vá chegar daqui a um segundo. Mas neste segundo você está no presente, veja ao seu redor como o mundo pulsa, vive e respira. Veja a estrada a sua frente, como ela é longa, e por isso tão interessante, não tenha medo dela, de o primeiro passo, e quando cansar, sente-se, reflita, ore, faça o mesmo processo feito agora, depois levante e continue. E se resolver olhar para trás, verás que o medo não está no futuro e sim nas coisas que você tinha medo e que agora já foram superadas. Agora vá e caminhe.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Saudades:



Discípulo: Voltei mestre.

Mestre: Por onde esteve?

Discípulo: Você sabe da guerra.

Mestre: e foi divertido lá?

Discípulo: Nenhuma guerra é divertida, mas me encontrei.

Mestre: Bom. Mas por que voltou?

Discípulo: Saudades.

Mestre: Saudades de que?

Discípulo: De você.

Mestre: como pode sentir saudades de algo que não gostava.

Discípulo: Carência. Amor. Não sei, me explica saudades?

Mestre: Tenho saudades. De dias em que eu não era mestre.

Discípulo: Por quê?

Mestre: Por que ninguém achava que eu tinha as respostas tenho saudades de quanto era
como você.

Discípulo: E qual a graça em não saber?
Mestre: Saber, que não sei nada. Quando me procuram achando que sei tudo, ou que tenho tudo, me afasta do melhor da vida, o não saber de nada.

Discípulo: Mas a sabedoria é tudo. Sinta-se feliz.

Mestre: Minha felicidade não está em saber tudo. E sim, em saber que não sei nada e
que em cada dia posso descobrir algo novo.
Discípulo: Minha saudade por ti me fez descobrir o quanto te amo, mas preciso te dizer. Matei seu filho.

Mestre: Talvez ele soubesse menos do que você, mas sinto saudades dele agora.

Discípulo: Perdoa-me?

Mestre: Você voltou e me disse a verdade, isso é mais importante, a verdade.

Discípulo: Mas você não tem mais o seu filho.

Mestre: Mas tenho você que sentiu saudades. Agora somos dois homens que sentiram
saudades, eu do meu filho e você de mim. Mas você voltou para me tranqüilizar.

Discípulo: Mas não sou seu filho!

Mestre: Mas sentiu saudades. De mim um velho homem.

Discípulo: E ele? Não poderá mais te abraçar.

Mestre: Então me abrace por ele.

Discípulo: Como pode pedir ao homem que matou seu filho, um abraço?

Mestre: Por que você sentiu saudades de mim. E isso demonstra amor. Não quero suas
glorias, essas são supérfluas, quero que me abrace como meu filho que vive ainda, no meu amor.

Discípulo (abraça)

Discípulo: Por que abraça, quem matou teu filho?

Mestre: Por que agora isso é tudo que eu tenho. Como lembrança dele.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Dialogo sobre a Maldade:



Discípulo: Mestre já te fizeram algum mal?

Mestre: A mim não, só a eles que pensavam que me faziam mal.

Discípulo: Você nunca sentiu maldade contra você?

Mestre: Não. Mas já vi atos de maldade contra mim.

Discípulo: Qual a diferença?

Mestre: Se eu não sinto, eu não sofro.

Discípulo: Mas se você já viu, como não sentiu?

Mestre: É como meu cão que entra na sala e deita no sofá. Vejo que é uma maldade contra mim, mas não sinto por que percebo que é apenas para chamar a minha atenção, por isso não sofro.

Discípulo: Você não pode comparar uma atitude irracional com ações verdadeiras de maldade.

Mestre: E o que seria uma ação verdadeira de maldade?

Discípulo: Hiroshima, Nagasaki, Holocausto.

Mestre: Um homem, acha que é capaz de fazer maldade, e faz. Nunca disse que não acredito na maldade, apenas perdôo quem sente esse sentimento.

Discípulo: E não reage contra ela?

Mestre: Sim. Eu oro.

Discípulo: Para que te proteja das maldades?

Mestre: Não. Para que esses homens sejam perdoados.

Discípulo: Como você pode achar que pode perdoar um estrupador, ou pedofolo?

Mestre: Não disse que poderia perdoar, apenas disse que oro para que sejam perdoados.

Discípulo: Como você pode gastar suas orações com homens assim?

Mestre: O que você quer que eu faça? Deseje mais violência? Violência não se paga com violência.

Discípulo: Você acha que é Cristo?

Mestre: Não. Mas sinto-o no meu coração. Já é um começo.

Discípulo: Estou indo a guerra, e talvez tenha que matar alguns homens. Talvez seu filho que esta do lado oposto da guerra.

Mestre: Faça o que te fizer bem, assim como faço o que me faz bem, não devemos negar a nossa natureza, e ainda assim nem eu serei melhor do que você e nem você melhor do que eu, uma rosa não é mais especial que um cravo, elas apenas são diferentes, ambas possuem valor, por que nem uma nem outra sonha em ser o outro. Não negue a sua natureza, por outras pessoas. E se no final achar que errou, peça perdão. Senão já estará perdoado, por que saberá que não errou.

Discípulo: Não sei se o senhor dessa vez conseguiu me esclarecer as verdades sobre a maldade.

Mestre: Talvez por que insisto em acreditar que o amor ainda é mais importante. Aí não me preocupo com a maldade.

Discípulo: Quando o senhor tiver respostas para o holocausto, Hiroshima, Nagasaki e outras atrocidades cometidas pela humanidade eu volto.

(sai o discípulo)

Mestre (consigo mesmo): Prefiro acreditar que quando aqueles homens cometeram esses atos de maldade, havia 10 mil vezes mais, outros homens, cometendo atos de bondade, em tentar salvar as vidas dessas pessoas, socorrendo pessoas de prédios pegando fogo, ficando horas e horas acordados para tentar salvar uma vida, conversando com pessoas que perderam entes queridos, abraçando quem estava chorando, escrevendo sobre essa ignorante maldade, e alguns como eu que apenas oravam pelas pessoas que sofreram tal maldade. Por que irei perder meu precioso tempo pensando nos homens que fazem a maldade, se posso utilizar meu tempo e minhas orações acreditando naqueles homens que fazem a bondade.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Meu futuro menino perdido




Segura meu dedo e deixa eu te ninar
Quero ao se lado te fazer sonhar
Meu “pense bem” se transformou em seu computador
Mas estou aqui para te falar do que mudou

Te contar Historias coloridas e musicas infantis
Seu sono chega lento, e eu imagino minha pipa voando
Seu vídeo game não é mais o PAC MAN
Seus heróis também mudaram, mas ainda são heróis

Meu Hatuna Matata, ainda vai te fazer sorrir
Meus contos de fada, te farei coleção
Te farei voar para terra do nunca
E você será meu menino perdido

Mas hoje sonhe com aquarelas enquanto canto toquinho
Meu bonecos de ação, ficaram virtuais, mas guardei um pra você
Guardei esse boneco que você poderá brincar
Que você poderá contar

Você também ainda não é real...
Mas hoje senti como será
Por que serei mais você do que eu
Bolas de gude te comprarei, e tocarei musicas em vinil

Decoraremos seu quarto com cd’s
E tocaremos musicas em mp3
Meus livros de papel, você me verá ler
E pintará no papel com giz de cera

Não sei se encontrarei o alquimista
Para te tornar químico... Mas teremos um quebra cabeças
Com mais de 10 mil peças e juntos montaremos nossas idéias
Tentarei achar o pega varetas, mas vou jogar com você Xbox

E se um dia eu partir, lembre-se
Que antes de você vir
Eu já estava aqui
Te esperando.

Jonathan Cabo.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Continuar




As coisas acontecem inesperadamente,
Um dia você acorda e tudo muda
Por isso é tão importante viver
Confiar na vida, acreditar e nunca desejar morrer

Pois a vida, mas cedo ou mais tarde vai te oferecer
Milhões de motivos para que você seja feliz...
Fazer o bem, todos os dias sem aguardar retribuições
Pois algo além daqui te vê, te acompanha e te cuida

Por mais difícil que os caminhos possam aparentar ser
Mas escuros, mas tempestuosos, continuamos a caminhar
E antes do precipício o sol nasce, tornado o vale ainda mais lindo
E quando você olha para baixo do precipício, não vê mais rochas

E sim um lindo rio que corre, com água cristaliza...
O que antes seria um salto para a morte...
Depois que você vê o sol nascer novamente...
Torna-se um salto para a felicidade...

E você voa, de olhos fechados... cai sorrindo...
E quando a água toca sua face, você percebe
O valor das coisas simples...
E principalmente do amor, que te cerca.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Quero Alguém


Que me acorde com um sorriso
E que atenda por “amor”
Que só chore com cebolas...
E quando se sentir segura ao meu lado

Não quero alguém, que entenda minhas loucuras
Mas sim, que participe delas.
Que dance embriagada de amor comigo
Ao som da nossa canção na nossa sala

Quero alguém que brinque comigo
Jogo de tabuleiro ou bola de gude
Alguém que diga, que gosta da minha comida
Mas que escondida a jogue para o nosso cachorro

Quero alguém que morra de rir
Que não se contente com sorrisos sutis
Não quero alguém feliz, apenas alegre
Felicidade construiremos juntos.

Quero alguém que esconda minha carteira
E brinque de quente ou frio, para ficar comigo
Quero alguém que tenha insônia
Só para poder ficar mais tempo comigo


Quero alguém para que eu possa pintar o meu nariz
E dizer, sou seu arlequim, vamos brincar?
Quero alguém que se perca em olhares
E que entenda, também sou um sonhador

Não quero uma menina,
Quero uma mulher...
Que goste de ser menina.

Não quero mais alguém para casar
Muito menos simplesmente para me apaixonar
Quero alguém para brincar e sonhar
Quero alguém que até voando eu possa amar.

terça-feira, 22 de março de 2011

Assistindo o universo girar


A gravidade me mantém preso a terra
Mesmo que quisesse voar aqui é meu lugar
Então deixo simplesmente meus versos flutuar
Assistindo o que é a rotação dessa nova era

Asteróide b-612 queria nele morar e ter uma rosa para cuidar
Assistir o sol nascer todas as horas do dia, quando para trás eu andar
E perceber as constantes mudanças no giro dos planetas
E as partículas subatômicas deixada em simples poeira pelos cometas

Olhar de longe o globozinho azul, globalizado e desmatado
Chorar, em ver estrelas explodirem em pequenos miúdos
Perceber que sou poeira cósmica, de uma explosão maior do passado
E saber que ainda assim, me mantenho acorrentado, aos mundos

Assistindo, o girar do globo de meus olhos frente ao espelho
Reflexo da poça d água retida nos meus olhos ao ver o mundo girar
Como elétrons em volto de um núcleo mal entendido que é meu coração
Fazendo-me perder a rima, e escrever de forma não circular e constante

Assistir as folhas caindo, em cada arvore seca do outono de júpiter
E admirando as flores abrirem nas plêiades, como vagalumes no espaço
Queimando minha retina ao observar o astro maior, de tamanho cinco
E relaxar meus globos oculares tão parecidos com os planetas ao te observar

Oh, Lua esplendorosa, prateada e radiante que reflete sua luz no oceano da terra
Satélite, que orbita em torno dos corações dos amantes, dos poetas e embriagados
Oh, lua cheia, crescente, nova e minguante, que enche os mares de certezas e sentimentos
Que sua estrofe seja como o amor, que vaga por todo o universo, onipotente e onipresente

Para esse poema se tornar completo, eu deveria morrer e repassar para novos poetas
Que entendessem que um poema sobre o universo não tem fim, é infinito
Como poucas coisas no próprio universo, fora ele mesmo
Como o amor, como a esperança e a fé, de tudo ser eterno

Quando para a sua infinitude do universo, olhares apaixonados
Perceberem, que o infinito, é tão completo como a paixão
A paixão em simples assistir e perceber que esse é o universo
Que está inteiro contido em nossos corações.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Posso escrever hoje?




Querem sentir sentimentos?
Escolhe a musica... Esse é o essencial.
Deixa alguma coisa para a vida.
Por que é a unica coisa que ela te pede, lembranças.

O que você quer hoje? amor?
Isso tem em todos os lugares...
Em cada lugar que olhar, em cada passada.
Em cada respiração, sentiras amor.

Quando o copo estiver cheio de energia e te decepciorem
Ainda assim você terá você, olhe no espelho.
O reflexo do que você fez de melhor
A verdade escondida de cada segundo que você nunca se arrependerá.

E se você fosse bilionario?
Tudo seria perfeito?
Não. Cada segundo é valido por ser segundo.
Cada momento é unico, por que você pertence a ele.

E ele não te pertece.
Cada fração, da exatidão, daqueles que são exatos.
Ser humanista é muito mais gostoso.
Por que você não tem algo intocavel.

Você tem gente.
Você!
Egocentricamete falando.
Ora, o que te resta?

A felicidade de ser você.
Já te falaram de essencia, aquele cheiro?
Pois é, isso é o que você é....
A essencia, da vida, da sua vida.

Perder cheiros e tatos, e olhares....
E gostos e mais do que os cinco sentidos...
É perder você.
Não se permita a perder. Mas se permita a ser perdedor momentaneamente.

Por que se você respirar, obvio muita coisa estar por vim.
Na verdade, você não viu nada, por que ainda esta vivo.
Quando morrer um flash back passará e perceberá
Que viu muita coisa.

E da maioria você irá se vangloriar
Por um unico motivo.
Porque
Esteve vivo.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sobre rosas e borboletas



Iniciei minha trajetória itinerante, divulgando sobre rosas e borboletas, minha promessa foi vender esse titulo próprio pelas praias que meus pés alcançassem, o primeiro dia dessa trajetória ocorreu no dia 07 de janeiro, sexta feira em cabo frio. Escolhi este lugar pelo simples motivo de estar bem familiarizado com a cidade, na qual já fui ambulante e camelô, vendi rosas que acendiam com o meu falecido pai quando ainda tinha 10 ou 11 anos, logo é uma cidade que me traz muitas lembranças, depois disso trabalhei na feira do canal como camelô vende chaveiro, placas e cordões, gravados na hora, por mim obviamente e também pedra sabão (Tipo de pedra encontrada com muita facilidade em minas gerias). Mas essas são outras historias. Nesse dia depois de tanto tempo afastado desse tipo de trabalho, me senti muito inseguro, desta vez existia sim uma necessidade que não era mais a financeira, daí pensei, nossa já tenho alguns passos de satisfação de quando trabalhei aqui por esse motivo. Mas eu tinha uma necessidade atual, de conhecer pessoas e de divulgar meu livro que tanto me empenhei para escrevê-lo e publicá-lo. Cheguei tarde já eram quase duas horas da tarde, estava sozinho, com meus livros na mochila, o dia estava lindo, e ventando bastante, e que vento maravilhoso era aquele. Parei perto de um ambulante que vendia bebidas, e pedi um guaraná natural, desses que tem giseng e outras fontes que dizem ser energéticas. Conversei com ele se eu poderia vender meu livro livremente na praia, se existia algum problema quanto a isso, ele me falou sobre a fiscalização e fiquei um tanto preocupado. Disse que apenas ambulantes cadastrados poderia vender coisas na praia, ao mesmo tempo me incentivou dizendo que outras pessoas vendiam coisas na praia sem autorização. Que eu deveria arriscar. É eu sabia que deveria, não estava lá a toa, em seguida ele voltou a me incentivar dizendo, nesta praia, até a própria areia dela vende. Vai lá! Ainda receoso terminei de tomar meu “guaraná natural” e criando coragem, foi quando o mesmo ambulante, me fez a seguinte pergunta. – Quanto custa o seu livro? Eu já havia tirado uns dois ou três da mochila e estava me preparando para abordar os banhistas. Respondi 15 reais. Então ele tirou da gaveta 15 reais e me deu, pediu para que eu autografasse, dizendo, quem sabe um dia você não fica famoso não é? Sorri. Havia vendido o meu primeiro livro nesse projeto que estou titulando como “poeta itinerante”. De um ambulante para outro ambulante. Respirei fundo e fui caminhar. Oferecendo na surdina para o banhistas com medo é claro da fiscalização. Não queria perder meus livros. Ganhei muitos sorrisos, o que me incentivou bastante, mas cheguei ao final da praia sem ter vendido mais nenhum, resolvi voltar pelo mesmo caminho, muitos olhavam com curiosidade, afinal não é muito normal livros na praia, alias, não sendo vendidos. Mas as pessoas adoram ler na praia, então porque os livros não são vendidos na praia? Acho que esse foi o principal motivo de eu ter arriscado. Voltando e mudando um pouco de caminho, conheci umas senhoras, as quais me apresentei, na vinda eu apenas dizia: Livro de poesia do próprio autor? Mas agora na volta resolvi mudar minha frase, ofereci para uma pessoa dizendo: Livro de poesia do próprio autor, dedicado e autografado na hora. Depois achei pretensão falar “autografado”, acho que isso é coisa de artista. Eu não sou artista sou apenas mais um poeta. Então mudei a frase e ofereci para as senhoras dizendo: Livro de poesia do próprio autor, dedico e assino na hora. Achei bem mais sutil essa frase. E consegui vender meu segundo livro na praia. A senhora que comprou era minha conterrânea, caxiense, que logo sorriu ao ver na orelha do meu livro que eu também pertencia a terrinha. Conversamos sobre a nossa cidade e das dificuldades de se vender livros em livrarias, e do incentivo da cultura em si. Quando sai a senhora M. me disse: Não desista. Nossa como soou bem essa frase nos meus ouvidos. Ainda na volta vendi mais um livro para duas garotas que estavam sentadas próxima a água, e que gostavam de poesia. Mas logo em seguida e já cansado avistei um grupo de fiscais, e sentei na areia e fingia ler meu próprio livro, ora se eu fosse abordado diria, estou lendo um livro e daí? Não haveria problema creio eu. Eles não saiam de lá, da minha rota de “trabalho”, então resolvi seguir rumo ao calçadão e ir almoçar, já estava roxo de fome, e um poço cansado mesmo tendo caminhado apenas uma hora e meia no Maximo. Também estava com ou outra necessidade que não sei se vale a pena ser tão explicito quanto ao que era, mas vocês já devem ter entendido, era realmente um “necessidade”. Após ter almoçado, resolvi caminhar um pouco mais pela praia, temeroso pela fiscalização, resolvi caminhar por prazer, dar uns mergulhos e refleti um pouco. Já estava meio que satisfeito por minha primeira experiência. Já tinha valido a pena. Então porque não, relaxar e relembrar velhos momentos em cabo frio? Fui ao forte, e recordei de quando pulava das pedras, e de quando uma vez atravessei o canal exatamente naquele ponto, e fui para na ilha de frente, atravessei nadando, isso talvez quando eu tinha meus 19 anos. Dez anos depois e já cansado não sei se faria novamente. Quem sabe? Na volta estava ventando muito e resolvi escrever este poema abaixo que reflete bem o que foi o vento naquela tarde.

Um vento de memórias
Um vento forte de Vitorias
Um vento que leva a areia ao asfalto
Um vento que senti no forte lá no alto

Forte de que me arrisquei
E que arriscar é sempre se surpreender
Forte de que desejei
E que desejar não é se render

Vento que lança as espumas das ondas
Vento fecha nossos olhos e nos faz sonhar
Vento que abre nossos corações a chorar
Vento que retrocede e segue por muitas caminhadas

Que ele leve a poeira
E traga o perfume
Que apague os rascunhos
E desenhe na areia o amor

Vento vente para sempre
Nos nossos corações.

Assim termino o primeiro dia de vendas do poeta itinerante.
Abraços!

P.S Descobrir mais tarde que vender qualquer obra de sua própria autoria, não é crime, logo eu não poderia ser detido. Mas só descobri isso quando cheguei em casa. E que depois me fez pensar. Agora é pra valer!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Um pouco de Mágia!



Um dia quando estiveres triste,
Procure o telefone as quatro ou cinco da manhã
Ligue para um amigo ou amiga, e vc garantirá assim...
Para todo o sempre um amor.

Um carinho e uma retribuição...
Não por merecimento, troca ou obrigação de reciprocidade
Mas por ter buscando uma voz que sabia queria ouvi-la
Assim como escuta minha voz, ou le minhas palavras

Ora, quando precisar... Chore. Mas chore de felicidade
Por saber que conseguiu, no meio de tanta gente que deseja
Um amor, um carinho e o desejo de uma pessoa por sua felicidade
Pela doçura da forma pela qual vê a vida.

Não deixe e bela adormecida para sempre,
Não corte as tranças da Rapunzel...
Não corte os discursos de Hamlet
Não mate o lobo da chapeuzinho

Pois esses são laços necessarios para a sobrevivencia de todos nós
Não perca jamais a doçura da infancia...
Por que um dia você ainda verá que existe sim principes encantados
E ele adora crianças, por que todo grande homem é uma criança

Por que o que ele mais deseja não é, a casa, o carro e outras coisas materias com o relogio que Gancho tanto tem medo.

O que homens bons desejam, é a eterna conquista da sua Wendy
Busca-la nas janelas, e partir voando
Voando, voando e voando.
E assim vc acabará se apaixonando.

Mas para isso, seja sempre quem vc é...
E não se permita entristecer ou deixar de acreditar em fadas
Pois são elas que enchem nossos sonhos
De Unicornios, de magicas coloridas, de cavalos alados...

De:
Maças envenenadas
De castiçais que dançam
De Rainhas de Copas
De anões que cantam
De sereias ruivas
De sapatos de cristais
De soldadinhos de chubo
De neve
De carroagens
De indios
De aviões de pano
De... de e de...
De Tudo, de dumpa dumpa dumpa din dum.

Alquimia para 2011


Se tiver chumbo transforme em ouro

E se estiver tristeza transforme em alegria

Se tiver perfume artificial transforme em essência de rosas

Se for difícil levantar transforme em coragem


Um caldeirão com boas misturas e bem quente

Com uma fumaça com cheiro de ervas finas

Um abraço coletivo, e beijos carinhosos

Uma alquimia de se transformar, de mudar!


Pegue as velhas maldições e as transforme em magias brancas

Quando estiver cansado de correr, flutue

E quando estiver cansado de flutuar, caminhe sem pressa

Faça uma metamorfose da guerra para paz


Troque seus sapatos por um chinelo

Perceba a gota de orvalho sobre a flor de lótus

Não se esconda mais em escudos dourados e artificiais

Faça sua alma transparecer e inundar o mundo da sua alegria


Sinta o calor do sol, e sua magnitude como astro rei

E aprenda com a ele a brilhar e usar sua gravidade para outros corpos

Seja também a lua, sendo prateada na sua humildade

Mas que ergue as marés de todo nosso mundo


Sejas humano, não desumano, seja idealista não radical

Purifique-se com a água que bebe, e agradeça pela sua beleza

Descubra sua aurora, ela sempre te rodeia assim faça-a enradiar

Não ore apenas, faça cântigos com suas preces e transforme tudo em canção


A alquimia de 2011, não está apenas em você,

Mas em tudo que te rodeia, por isso sinta cada cheiro

Quando for necessário mudar mude, mas saiba cada um possui sua essência

Seu próprio cheiro e sua própria áurea


Por fim, ame.

Ame, e ame. Na próxima alquimia que fizestes.

Transforme qualquer coisa em algo que desejas.

Mas não se esqueça de transformar qualquer coisa em amor.

Jonathan Cabo