sábado, 30 de junho de 2007
Quem sou eu?
Na minha busca...
Quanto mais me conheço...
Mas me percebo como ser humano
E assim mais percebo como me odeio.
Na escada desse pensamento
Tudo passa despercebido, meus pensamentos
Não fazem mais tanto sentindo se é que um dia fizeram
Quando percebi que me encontrava, percebi que fugia de algo
Embora nem soubesse que estava fugindo
Quando caia na cama, embriagado, o vazio me cobria
O meu lençol branco predileto perdia a cor e não me aquecia
Meus olhos se perdiam ao olhar o teto, que girava como a minha vida
Essa escada comecei a descer, sem saber o que estava a me esperar
Até o sono profundo... E como um vampiro, dormia de dia
Preso aos meus novos prazeres e encarcerado no trabalho
Esqueci qual era a cor do dia, e como era quente o sol
Ao escrever essas linhas em minutos sóbrios,
Vejo a minha vida sem rumo e sombria
Não está triste, talvez incompleta
A minha sede não está saciada
Certamente não será o álcool
Que irá me curar...
Nem eu mesmo
Só o Tempo.
Jonathan Cabo.
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Memórias
Tenho uma memória boa...
Lembro-me do primeiro beijo
Lembro-me quando brincava com meu pai
Ou quando ele chegava embriagado.
Lembro-me de cada briga que tive com meu irmão
Certa vez ele quebrou a clavícula...
Lembro-me quando ele caiu de bicicleta
Do terraço de uma casa... Ou quando brigamos do mesmo lado.
Tenho a memória boa.
Lembro-me de cada lição de vaidade que recebi de minha irmã
O quanto foi importante, embora como homem achasse fútil
Lembro-me dos meus sapatos engraxados...
E da gola da minha blusa bem passada.
Minha mãe é eterna lembrança.... Lembro-me de cada beijo.
De cada satisfação. Ou de cada bronca.
Lembro-me o quanto trabalhou.
Para que um dia me visse aqui (...) escrevendo?
Tenho a memória boa.
Tenha cada amor de minha vida guardado
Cada qual tem seu espaço.
Maior ou menor? Não vem ao caso.
Tem seu espaço.
Lembro-me de cada amigo...
Distantes? Sim, talvez...
Ainda sempre serão meus amigos.
Lembro-me de cada aventura.
Tenho a memória boa.
E esse é um dos meus maiores fardos.
Não esqueço as trapaças, nem as magoas.
Esse é um dos meus maiores dons.
Não esqueço o carinho e o amor.
Tenho a memória boa, para poder lembrar,
O quanto fui feliz.
E guardarei na memória
O quanto sou feliz.
As sete Viturdes Humanas
1º Justiça
Respeite o meu direito de existir
Abaixem as espadas quando meu canto extinguir
A cegueira me tornará virtuoso
E a beleza da balança equilibrará o honroso
Nenhum juiz exclamará!
Assim, nenhum réu indagará?
A verdade essa sim expandirá
Na velocidade da luz dos nobres, ela explodirá!
Corações tortos vão se santificar
Os anjos e as rosas passaram a invocar
A divina justiça por fim...
Sem fim... Acabará!
As ideologias análogas e complexas
Pela justiça irão se simplificar
E antigas profecias e poemas sentiram as flechas.
E a justiça por fim irá canonizar
O bem e o mal
O belo e o feio
Pois a justiça seja feita...
Na sua balança tudo se equilibra.
Soneto - Shakespeare
I
Dos mais belos seres, queremos mais,
De tal forma que não finde jamais a rosa da beleza,
Mas enquanto as mais maduras decrescem com o tempo,
Seus rebentos jovens possam relembrar suas memórias:
Mas tu, contratada a seus lindos olhos,
És auto-suficiente na luz de tua chama com tua beleza,
E crias a fome, onde está a abundância,
Inimiga de ti mesma, tu, que és tão doce, a ti mesma tão cruel.
Hoje frescamente ornamentamos o mundo,
E pareces a única capaz de anunciar a abundância da primavera,
Mas eis que dentro de teu próprio botão enterras tua essência,
E, tolinha, ocasionas um de´sperdício na natureza,
Tem pena do mundo, ou então isto seria egoísmo,
Consumir o quinhão que ao mundo se deve, e isto ao túmulo, e a ti mesma.
II.
Olha bem teu espelho e diga que rosto fitas ali,
O momento chegou em que esse rosto devesse formar um outro;
Cujo frescor, se não o renovares agora,
Trapacearias o mundo, tornando aquela mãe que o deveria ser, uma infeliz!
Pois quem não gostaria de ser filho teu?
Ou quem é aquele que se adore tanto
Que possa ser o túmulo da auto-estima, detendo a posteridade?
Tu és o retrato de tua mãe, e ela em ti,
Relembra a linda primavera de seus melhores dias:
Dessa maneira, verás pela janela dos anos,
Tua época dourada, apesar das rugas,
Mas se viveres, lembrada para não ter posteridade,
Morre solteira, e nesse caso tua imagem morre contigo.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
A primavera dos excluidos...
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Da minha Morte
Falecerei obviamente do coração
Como deve morrer todo poeta que sofre
Minha morte não mais cruel que a sua
Mas também não é menos dolorida
O homem da foice não me tirará essa fé
De saber que meu coração não suportará
Essa verdade tenho dentro do peito
De tanto que já o fiz bater
As vezes bate mais que um relogio cuco
Causaria inveja à uma bomba de hidrogenio
Começa tão subtamente que acredito ser a hora
Passa-se segundos e minutos, uma hora não...
E não morro.
Mas sofro...
Ainda Vivo...
Um pouco mais morto.
Daí se acalma como uma bonasa
Daquelas após tempestades
De segundos agitados passa para dias cansado
Pobre coração meu, por que o faço sofrer tanto
Ou por que me faz sentir-me um zumbi
Achado que morrei daqui a um segundo
Quando você voltar a bater forte
Quando você voltar a sofrer com meus amores
O que me cerca?
Mais um pensamento sobre mim...
Talvez já esteja cansando disso!
Mas como não perceber o que está tão aparente
Como fechar os olhos para o que me cerca
Eu um estúpido confuso, um letrado ignorante...
Que provavelmente erra ao escrever seu próprio nome.
Um romântico piegas, e talvez conquistador barato.
Não entendo por que o melhor me cerca.
Não entendo a tamanha sorte que me foi dada.
Nem me lembro a última vez que fiz uma caridade
Por que então ser tão amado e confiado?
Talvez nem tanto, é verdade. Pode ser uma mera ilusão.
Pode ser que busque esse amor e encontre até onde não exista.
Será que é isso que me cerca?
Um monte de mentiras que invento para eu mesmo?
Melhor não cair nesse abismo não saberei voltar.
Faço o melhor de mim, e isso já é o bastante para tanta gente.
Será que elas dependem de um simples gesto de amor e carinho.
Hei! Isso deveria ser normal! Todos deveriam oferecer no mínimo um gesto
Não custa nada. Como é bom ser amado.
No meu tempo vazio, um imenso vácuo branco...
Sem direção
Trilhas
Pistas...
Caminho sem esperar mais nada de ninguém.
E lá me vem a bendita sorte e me oferece mais do que mereço.
Sabe aquela arvore que prometi plantar? Pois é... Promessas.
Aquele livro que está pronto... Preguiça.
Aquele filho? Ah, que filho?
Sonhei com ele me rodeando. Fazendo parte do meu mundo.
Mas apenas sonhei.
As flores que me cercam são mais lindas que imaginei.E permaneço inerte.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
O Cavalo da Cidade
O Cavalo da Cidade
A chicotada me fez acordar para a aberração
A cabeça baixa me fez pensar sobre... e quase chorei
Me odiei ao saber que pertenço a espécie dominante
E em ainda mais raiva tive de mim, ao perceber minha impotência
Ainda com olhos fechados, imaginei...
Tempos atrás, planícies verdes...
Galopes ágeis e o vento na cara.
Grupos em completa liberdade. Na sua essência.
O Potro mais jovem apostava corrida com o espírito...
Corria atrás da silhueta que a sobra da águia fazia.
Galopava feliz, e bebia água em SEU rio.
Tinha um dono, que se chamava liberdade.
O filho do Potro foi apanhado e levado.
Talvez pelo meu tataravô, homem gentil por sinal.
Embora tivesse um amigo beberrão.
Tratou o filho do potro como seu filho
O beberrão surrava outros.
Ali se perdia uma essência, a da liberdade...
E se cometia um crime a escravidão.
O amor poderia até existir...
Mais o amor próprio havia morrido.
O filho do Potro, teve um filho
E esse nem sabia quem era o tal liberdade
Que criou o seu avô.
O seu pai lhe falou do amor que recebia do meu tataravô.
Não sei quantas gerações já se passaram.
Mas hoje vi, um desses belos animais,
Amarrado, chicoteado, selado e guiado
Por um beberrão.
Imaginei que o amigo do meu tataravô tivesse vida eterna.
A cabeça baixa daquele belo cavalo
Não sonhava mais.
A nele não havia nem uma vaga lembrança
Do dono liberdade
O amor também havia acabado.
Não estava domesticado
Estava escravizado.
Fadado a falecer carregando entulhos.
Lixo que produzi ontem.
E como me odiei
E tudo pode ser ainda pior.
Quando desejei a morte
Não a minha...
Mas do Cavalo.
Tentando com orações...
Que ele pudesse em outro lugar
Correr atrás da sombra da Águia.
Que ele pudesse voltar a galopar
Por planícies mais belas
Que pudesse transforma-se em corcel
E que voltasse a correr
Sobre as nuvens da liberdade.
Jonathan Cabo.
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Hoje
Hoje
O que bem sei no dia de hoje....
E que, não tenho mais certeza.
Não me lembro a última vez que a tive.
Um Lapso de luz aparece... Mas quem garante?
Ninguém pode afirma até onde devemos acreditar,
Na verdade ninguém pode afirmar nada!
nem tudo que pare-se real é material
E que seje metafisico menos créditos dou.
A minha instabilidade me cansa.
Tanta coisa me cansa, que me sinto fatigado...
Onde você está? Aquela mão para afagar...
Matei a carencia, e joguei a solidão do décimo quinto andar,
Não sofro mais disso. Mas ainda sofro.
Um sofrimento desconhecido.
Que me apunha-la pelas contas sempre derrepente
Olho para trás, e não me vejo. Sumi.
Sumi no passado, e que tanto desejei esquecer.
Enfim um bom sinal. Talvez a punhalada fosse um alerta...
Uma chamada. Ou apenas uma certeza, de que perdi.
Então não posso mais sofrer, já que a derrota já trato como vitoria.
Não me lembro a última vez que chorei....
E me pergunto, será que chorei.
Estou ficando tão cansado assim?
Que nem chorar consigo mais?
Não quero ter essa certeza,
Assim como dispensei as outras....
Esse mundo estupido me cansa.
Cada dia acredito mais em meu cão.
E as pessoas... Ah, sim. São selvagens.
Precisam ser domesticadas...
Enjauladas...
Amarradas....
Ou até sacrificadas.
Para que aprendam.
O quanto é bom ser gentil.
O quanto é bom ser generoso.
O quanto é bom, tentar ser feliz.
O quanto é bom, tentar acreditar.
Ofereço meu corpo se precisarem de um martin.
Meu espirito não levariam, por nenhuma causa nobre.
afinal, não sei até onde vai sua nobreza.
E assim vou vivendo...
Dia após dia.
Cansado desse mundo.
Dessas pessoas...
amando o meu cão.
E brigando comigo.
Esse é o meu hoje.
Jonathan Cabo
A estrela da Música!
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
(MEIRELES, CECILIA)
Aos que virão depois de nós
I
Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.
Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime.
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranqüilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?
É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)
Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.
Eu queria ser um sábio.
Nos livros antigos está escrito o que é a sabedoria:
Manter-se afastado dos problemas do mundo
e sem medo passar o tempo que se tem para
viver na terra;
Seguir seu caminho sem violência,
pagar o mal com o bem,
não satisfazer os desejos, mas esquecê-los.
Sabedoria é isso!
Mas eu não consigo agir assim.
É verdade, eu vivo em tempos sombrios!
II
Eu vim para a cidade no tempo da desordem,
quando a fome reinava.
Eu vim para o convívio dos homens no tempo
da revolta
e me revoltei ao lado deles.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
Eu comi o meu pão no meio das batalhas,
deitei-me entre os assassinos para dormir,
Fiz amor sem muita atenção
e não tive paciência com a natureza.
Assim se passou o tempo
que me foi dado viver sobre a terra.
III
Vocês, que vão emergir das ondas
em que nós perecemos, pensem,
quando falarem das nossas fraquezas,
nos tempos sombrios
de que vocês tiveram a sorte de escapar.
Nós existíamos através da luta de classes,
mudando mais seguidamente de países que de
sapatos, desesperados!
quando só havia injustiça e não havia revolta.
Nós sabemos:
o ódio contra a baixeza
também endurece os rostos!
A cólera contra a injustiça
faz a voz ficar rouca!
Infelizmente, nós,
que queríamos preparar o caminho para a
amizade,
não pudemos ser, nós mesmos, bons amigos.
Mas vocês, quando chegar o tempo
em que o homem seja amigo do homem,
pensem em nós
com um pouco de compreensão.
...
Com Cuidado Examino
Com cuidado examino
Meu plano: ele é
Grande, ele é
Irrealizável.
...
Como Bem Sei
Como bem sei
Os impuros viajam para o inferno
Através do céu inteiro.
São levados em carruagens transparentes:
Isto embaixo de vocês, lhe dizem
É o céu.
Eu sei que lhes dizem isso
Pois imagino
Que justamente entre eles
Há muitos que não o reconheceriam, pois eles
Precisamente
Imaginavam-no mais radiante
...
quarta-feira, 20 de junho de 2007
A Vida
Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar,
mas também decepcionei alguém.
Já abracei para proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (acabei perdendo).
Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida.
E você também não deveria passar!
Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é "muito boa"
para ser insignificante.
Chaplin
domingo, 17 de junho de 2007
Rosa - Valsa
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Novos Pensamentos - Lobo da Estepe
Da fraqueza
Por algum motivo que nem sempre conhecemos, chegamos a estados criticos do corpo e da alma, momento em que tudo parece que vai se romper como um tendão dolorido, que massagens não resolvem mais. Por mais que lutemos contra todas as adversidades e obstáculos, chega um momento que nosso espírito e matéria entra em colapso, nervoso e depressivo. Difícil seria localizar o ponto bom disso tudo, mais ainda assim com as únicas ultimas forças que nos restam, nos finos fios de lã que ainda está esticado, percebem que as tempestades fazem com que tomemos medidas necessárias para um novo curso da nau. Não conseguimos de imediato retira-la da deriva, ela manten-se instável e inavegável, arredia e rebelde. O timão já não nos respeita, joga a embarcação de um lado para o outro, quase encostando-se aos recifes, fazendo com que naufraguemos de vez. Mas a força, o ultimo fio, o ultimo gás de esperança, nos faz segura-lo, mesmo sem poder domina-lo, mesmo que sem poder coloca-lo no curso que queremos, mas ao menos o seguramos, com a força de uma lebre mais com o coração de um leão. A mente que mal consegue agir conforme o corpo, medita em estados longínquos do real, orando de forma pessoal e informal, com seus próprios problemas e suas próprias indagações. E é neste momento que tudo se divide, que o corpo permanece apenas como matéria, nossa mente se tornam pensamentos soltos e o nosso espírito estica-se para encostar os dedos no patamar divino, tornando-se luz. Ofusca a própria tempestade, consegue abrir as nuvens, e acordam os anjos. Os alerta de um fim próximo de mais um ser terreno, que luta para permanecer terreno, luta para poder ainda degustar das mas gostosas maças ou doces, luta pensando nas luxurias que o corpo ainda pode provocar em sensações maravilhosas. O ser terreno luta para não se tornar mais uma alma, que ele acredita não poder experimentar de sensações tão divinas. Por fim, atendendo ao desesperado clamor humano, o paraíso abre seus portões; não para que mais uma alma entre, e sim para que seu exercito ajude aquela a permanecer nas suas tentações mundanas e tão vulgares.
Em busca
Em busca de algo que não sabemos exatamente onde está, flutuamos, navegamos a deriva. Sem ter uma plena certeza de onde chegar, e nem que vai nos receber. Ainda assim esperamos o melhor que o mundo pode oferecer, esperamos que ele nos entenda, esperamos das pessoas muito mais que na verdade nos somos, e essa pergunta fica a nos assolar. Incansavelmente relutamos, choramos, sorrimos, em busca do ideal par nos, em busca de uma verdade que preencha o quebra cabeça de nossa existência. As vezes me percebo, perdido, desorientado, sem saber para onde ir, sem meta, louco, saindo do real, absolutamente a deriva. E nada consegue preencher o vazio que permanece dentro do peito, e a fim de encontrarmos um caminho tomamos medidas extremas, que não possuem nenhum cunho maléfico e nem benéfico, nada é certo, ou errado, é simplesmente momentâneo, fazendo parte deste momento, acreditamos que tudo poderá ser diferente quando a antigo sol surgir, quando a benção de nosso Deus, no abençoar. Esperamos isso a vida inteira, como se fosse um jogo lotérico, ou ainda, uma roleta russa, esperamos, com esperança, que ela passe e que à bala nos atinja a cabeça, pondo fim na nossa tão fosca e intendente vida. Por que não mudamos? Por que não buscamos algo novo? Pelo simples motivo de termos a certeza que estamos tentando isso a todo o momento, tentamos mudar a cada minuto, tentando alcançar os nossos ideais e metas, a nossa tão sonhada felicidade. Tentamos sim, a todo momento, e embora para muito não estejamos fazendo o suficiente, o Maximo está sendo feito. Quando tentamos fazer o que nos recomendam, quando tentamos mudar mais que o nosso corpo e espírito agüentam, acabamos falhando, acabamos por escolher um sentindo não natural da nossa própria existência, contrariamos a nos mesmos, por não ter feito o que na verdade o nosso coração apontou como a melhor opção, por mais que não fosse uma mudança radical, ou por mais que tenhamos a certeza que isso não mudaria a nossa vida, ou pior, por mais que isso não ajuda-se em nada na nossa busca o ideal seria seguir cada momento, o que ele próprio pode oferecer. Os arrependimentos virão com certeza, do amor que não lutou, ou se tivesse lutado da aflição que posteriormente teria, por ter permanecido em um romance frustrado, sem nunca ter arriscado outra opção. Por isso cada uma de nossas atitudes tomadas por nos mesmo, independente de suas conseqüências, fazem parte do nosso aprendizado, fazem parte do nosso momento. Ou daquele momento, mas enfim de algo isolado o qual não podemos mudar. Pois já está mudado. Já é uma certeza absoluta e que não deve nos afligir no nosso futuro, quando buscamos incansavelmente o nosso eu, estamos mudando radicalmente a nossa existência, quando aceitamos uma religião, ou uma crença para no encaminhar mais rapidamente para o nosso auto conhecimento, estamos tentando manipular, ou melhor, burlar a natureza. Forçadamente quebramos a rota simples do nosso destino, quebramos a vara de sustentação do nosso ser. O auxilio forçado que tenta nos encaminhar para a nossa felicidade, é uma maldade que cometemos ao nosso espírito. Por fim a nosso busca no mesmo local onde ela começa, numa mudança gradual e ininterrupta da nossa verdade, do que acreditamos que seja a coisa certa. Tudo caminha, o mundo não para de girar, e se um dia alguém pudesse fazer ele se movimentar mais rápido do que se movimenta, o dia teria menos horas e nos seriamos lançados para fora da órbita como um automóvel que acelera derrepente e lança o nosso corpo contra o painel.
Na Aflição
Digo ao meu ser hoje que não há nada mais natural que a aflição, da mesma forma que sinto sede, fome e amor, a aflição é constante nos nossos corações. A vontade de realizar o que ainda não foi realizado. A vontade de tentar nos redimir por algo que na verdade nem temos certeza que erramos (e realmente não erramos). Nos aflige cada segundo de nossas vidas. A simples espera por uma condução aflige a nossa paciência. Um “não” de um amor aflige o nosso ego. A permanente aflição está entranhada em nosso espírito que luta durante toda a sua existência, eliminar esse tão terrível vírus, mutável e capaz de se transformar em cada circunstância de nossas vidas. O coração fica tão apertado como um caroço de abacate, mudo, entristecido, retorcido acreditando que nada será capaz de mudar o que ele sente. Como se uma flecha o tivesse atravessado e permanecido ali durante décadas. A única coisa que ele não sente no momento desta aflição é que ele já foi feliz, em algum momento, que ele já bateu forte reguzindo-se de felicidade, irradiando alegria e energia, nem que tenha sido por curtos minutos, ou por alguns milésimos de segundos após ouvir uma piada burguesa. Mas realmente o que importa, é perceber que não é de sua natureza a constante aflição. Da mesma forma que não sentimos fome o tempo inteiro, a tristeza não é permanente. Talvez o maior de todos os problemas seja, estarmos o tempo todo tento conserta-lo, faze-lo dor menos. Essa é a grande questão da aflição. Quando estamos trabalhando ou estudando horas a finco, e sentimos fome, não pensamos que é o fim do mundo, não tentamos nos matar ou correr para longe da civilização, conforme pensamos em fazer quando o nosso coração está atormentado. Hoje durante as dezoito horas que fiquei acordado provei a mim mesmo que conseguimos superar as mais contundentes dores. Não acredite em mim. Eu consegui, talvez você não consiga, não que não seja capaz, mas talvez ainda não tenha chegado o momento de superar e de recomeçar. Precisa sofrer sentir a real capacidade e força da aflição. E assim termino menos aflito por ter escrito o que sentia vontade de escrever e com apenas uma verdade, ela é constante.
Do Medo
Hoje enquanto andava pela praia de manhã percebi o quanto às pessoas temem o que nem mesmo conhecem, elas andam com olhos fixos em um ponto e pouco se importando com quem passa ao seu lado. Não olham nos olhos, preverem correr a sentir por um segundo o que a troca de um olhar pode trazer. Ao mesmo tempo em que é angustiante é fascinante, saber até onde vai o medo, ou o preconceito das pessoas. Ou ainda pior, até onde vai a vontade das pessoas em não quererem olhar para o lado, para o que está em sua volta, para a própria sombra, ou vento que corre em outra direção. O medo do escuro, da morte, do roubo, da violência, o medo é o pior sentimento que podemos sentir. Medo de viver de estar aberto ao mundo, de tentar compreender as coisas mais simples que ele nos tem a oferecer. O medo profundo, abissal e noturno, deixa as pessoas cegas, surdas e mudas. Será que vivo em uma sociedade distintas ou isso é natural ao ser humano. Não acredito na segunda hipótese, pois sempre vi o ser humano tão destemido e aberto a novas possibilidades que me dá medo pesar que essa natureza morreu. Isso me faz achar então que tal medo é inerente a minha cultura, ou ao meu grupo social, ao meu povo. Carioca, nascido no Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, da Garota de Ipanema e da praia de Copacabana, em pleno século XXI, mais precisamente em 2007. O medo tomou conta do meu povo. E rezo para que essa carta chegue em mãos extraterrestres um dia. Talvez daqui a trezentos anos a encontrem dentro de uma garrafa lançada ao mar, e percebam, o medo do próximo que a minha sociedade viveu. O medo de se comunicar de se sentir estranho e diferente diante de mesmos. O individualismo, e a falta de solidariedade devem ser lembrados, não de forma saudosista e sim de forma medonha. Pois eu como contemporâneo a esse tempo digo. Não é nada bom sentir medo de nos mesmos.
Da Mentira
Um belo dia, que para quem lê pode ser o hoje, ou o amanhã, mas que na verdade será eterno, digo; Tudo é mentira. A minha afirmação determinista mais individual é fruto da reflexão dos sons, imagens e principalmente do tempo. A visão que temos é sempre contraria ou mentirosa, inúmeros autores já disseram isso. Sartre é um deles (Imaginário).Que tenta nos convencer que nenhuma imagem é real a não ser aquela que já está fixada em nosso imaginário, na nossa consciência que nem sempre é cociente o que vemos, não é na verdade o que é. Toda cor é vista de forma diferente de uma pessoa para outra, uma cadeira nunca é vista do mesmo ângulo para duas pessoas. Ou seja, toda a imagem que temos da vida, do nosso cotidiano, do nosso alimento, do nosso trabalho ou estudo não passa de imagens ilusórias criadas para nos convencer das nossas verdades, ao fecharmos os olhos e dormimos nada mais daquilo povoa a nossa mente, e tudo deixa de ser imagem, apenas ilusões, acreditamos e vivemos atrás daquelas que melhor o nosso cociente nos convenceu.Mas devemos seguir. Nenhuma palavra tem real força e verdade Hermann Hesse (Sidarta), pois elas não possuem cheiro e nem cor. Pensando materialmente realmente as palavras não são nadas, estão jogadas ao léo. Reflitam se quiser. São pensamentos mal escritos ou mal interpretados por um autor ou por um leitor. Tente imaginar que nada que escrevo, é na verdade o que eu queria escrever. Tente imaginar que tudo que está aqui escrito é uma grande mentira com intuito de convenser-lhes da minha verdade que nem é tão minha assim, já que às vezes não encontro palavras par expressar o que na verdade quero dizer. Isso é confundir. Isso é tornar a vida difícil. E é claro que ela pode ser mais fácil, é só sorrir. Mas tentem entender que mesmo que tudo que eu escreve-se fosse verdade, mesmo que eu consegui-se por uma iluminação divina escrever palavras certas, no tom certo e mais verdadeiro possíveis. Ainda assim cada um as leria de forma diferente assim como uma obra plástica é vista. E provaríamos mais uma vez que tudo é uma grande mentira. A visa é uma farsa, uma comédia Del’arte o qual ninguém é protagonista, se assim pensar colocará o mundo em torno do seu umbigo e acreditará mesmo que é o centro do mundo. E convém nos dizer; Não sejamos tão egocêntricos assim. Somos sim a platéia, uma platéia que se assiste que tenta entender nos outros espectadores alguma razão por estamos nos assistindo. Com rostos curiosos buscamos, no não entendimento alheio resposta para o nosso não entendimento. E assim voltamos para a grande mentira. Para a “Matrix” o nosso “Admirável Mundo Novo” e quando achamos que encontramos um caminho, que obviamente seria a nossa verdade, voltamos a mentir, pois cada verdade dura apenas milésimos de segundos. E em seguida o tempo as desfaz.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Jonathan Cabo
Antes de entrar no vazio, ou completo do meu mundo. Gostaria de esclarecer que "quase" tudo que estará escrito nesse Blog são pensamentos, muito das vezes abstratos e sem qualquer relação com o real. Embora saibamos que toda obra possui um pouco do artista nela. Meus pensamentos mais profundos e minhas poesias estarão a mostra para que as pessoas , pensem, sorriam, chorem ou sintam qualquer sentimento que queiram sentir. Ou simplismente não sintam nada. Serão pensamentos pessoais, sem qualquer intuido de reprovar ou provar alguma coisa. Apenas são meus pensamentos que resolvo compartilhar.
Jonathan Cabo - 12 de setembro de 1981
Rio de Janeiro - Brasil
e-mail: Jonathancabo@hotmail.com
Formação: Bacharelado e Lincenciatura em História e 5° Período de Jornalismo.
Abraços.